sábado, 29 de janeiro de 2011

Houve dias, muitos dias, em que citei estas palavras convicta de que sabia de onde vinha o cansaço…e eram mais ou menos assim:




O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.


A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;


Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.


Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:


Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...


E o resultado?


Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,


E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,


Cansaço...






Álvaro de Campos





Hoje sei de onde vem este cansaço…’da alma’ e que vem ‘de dentro’….



É cansaço de mim, e só agora percebi.

Só hoje, e por ser o dia que é, consegui parar, olhar bem dentro de mim, e…chorar lágrimas que doem ao cair. Estas não são as mesmas lágrimas que choro há anos. Não…estas são sinceras, verdadeiras e fazem-me levantar a cabeça. Olhar em frente.



Hoje é um dia tão triste para mim…tão triste…como gostava de ter tido o teu abraço. Apertado. Mas ainda não chegou a hora dele (do abraço…).Como falta ainda para que possa abraçar-te de volta e dizer que te amo com palavras sinceras. Percebi que nada do que tenho feito, ou dito está certo. Não porque seja mentira, ou fraude, mas porque a tristeza e o amor não podem dar as mãos…nunca podem enlaçar-se num abraço terno, quente, como aqueles que dividi contigo.

Hoje sim, o dia foi triste. O começo de uma nova era. É tempo de mudar (tinhas razão).

Hoje esteve sol. Um sol quente e dourado. Mas para quem não o sentiu na pele apenas, porque esse, o sol que se sentia na alma, era frio, gelado. Mas consegui. Sim, hoje consegui, como se uma força interior me movesse. Hoje consegui fechar os olhos, sentir o sol na alma, e não no coração, como tenho vindo a fazer há tempo demais. É a alma que precisa dele pois…




Peguei no meu coração
E pu-lo na minha mão
Olhei-o como quem olha
Grãos de areia ou uma folha.


Olhei-o pávido e absorto
Como quem sabe estar morto;
Com a alma só comovida
Do sonho e pouco da vida.


Fernando Pessoa






Hoje foi o dia. O dia em que decidi não mais me enganar. E disse-te. Sei que te disse e que percebeste.

Que este dia jamais passe sem lembrança. É este o dia…como é…

Como precisei do teu abraço. E tive-o! Dentro, bem dentro da minha alma…(e tu sabes disso tão bem quanto eu).
Dizer que te amo? Para quê, se o sabes de cor….
Dizer palavras bonitas, que ficam bem a quem as ouve. Serão sinceras...? E não é isso afinal que procuras…?
Não preciso dizer que te amo. Dizer que te amo, é dizer que te amo, e o que quer isso dizer então? Senão que te amo…?

….e não estás tu cansado de o saber….

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A razão é necessária sim:
Nos negócios;
No trabalho;
Para pagar as contas ao final do mês....


.....mas viver sem amor....não é viver.
Vivo a inquietude da alma. Não sei se ouça a voz do coração, se me deixe levar pela razão…
O coração é quente, palpita, insiste nos sentimentos. Mostra o lado bom de se viver o que realmente se quer.
A razão enche-se de crueldade, mostra-me os motivos (tão óbvios…) que chega a dar raiva…
O que fazer? Seguir? Parar? Se o que quero é viver intensamente….
Sempre ouvi dizer que devemos seguir a voz do coração, mas a razão grita, fala muito alto, e…já chega. Vou passando assim as minhas noites, os meus dias, a vaguear num labirinto de incertezas tentando apenas acertar na escolha de ser feliz.
Se o meu coração falasse, gritaria quanto dói a dor da ausência. Se o meu coração falasse, aí então não haveria saudade.
Mas tenho que calar o meu coração, como se se tratasse de algo proibido. Errado.

Só tem razão, quem fala com a voz do coração, tudo o resto são….bah….tretas!
Quando a gente gosta é claro que a gente cuida
Fala que me ama, só que é da boca pra fora
Ou você me engana ou não está maduro
Onde está você agora?...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Just another day

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.


Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.


És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.




Fernando Pessoa

domingo, 23 de janeiro de 2011

O meu amor...(começou assim)

O primeiro dia do resto da minha vida (diário da tua ausência parte I)

Quando acaba o Amor...




Tudo fica vazio
A multidão que nos rodeia sufoca
A dor se apodera de tudo que é nosso
Quando o amor acaba
Como preencher o vazio por ele deixado?
Como esquecer os beijos divididos?
As carícias partilhadas....?


Quando acaba o amor
Como esquecer…
Como foi bom tocar-te....
Como esquecer…


Aquelas noites acordados
Admirando o brilho das estrelas
Entrelaçados, um no outro
Dividindo um simples cantinho apertado


Enrolados numa manta desfiada
Como esquecer…. Como viver
Como vou saber amar de novo


Se foste tu que me ensinou a amar
Quando acaba o amor
Tudo escurece em volta
O dia vira tormento infindado


A noite a eterna escuridão densa
Como viver sem o amor que me alimentava
Como sobreviver sem metade de mim


Como…




Quando acaba o amor
Acaba uma vida sem morte
Mas acaba.


A minha vida acabou
Quando teu amor terminou…
Eu não vivo mais …


Hoje sobrevivo ao bater imposto
Pelo meu coração
A minha vida acabou
Com o terminar do teu amor..

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Afterwards parte IV

Buda reuniu seus discípulos, e mostrou uma flor de lótus - símbolo da pureza, porque cresce imaculada em águas pantanosas.




- Quero que me digam algo sobre isto que tenho nas mãos - perguntou Buda.


O primeiro fez um verdadeiro tratado sobre a importância das flores.


O segundo compôs uma linda poesia sobre suas pétalas.


O terceiro inventou uma parábola usando a flor como exemplo.


Chegou a vez de Mahakashyao. Este aproximou-se de Buda, cheirou a flor, e acariciou seu rosto com uma das pétalas.


- É uma flor de lótus - disse Mahakashyao. Simples e bela.


- Você foi o único que viu o que eu tinha nas mãos - disse Buda.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Afterwards parte III 1/2

Conseguiu respirar fundo, por mais que doesse, e olhar o céu de novo. O mesmo céu que ontem estava cinzento e chuvoso, deixava agora passar os mais quentes e luminosos raios de sol.
'É assim que recarrego baterias' -pensou em voz alta.

Eis que uma voz longinqua lhe pergunta: 'sente-se bem?'.

Muito bem. Sinto a energia percorrer-me o corpo e a alma...e como gostava de poder partilhá-la com aqueles que mais amo (...) e que são tantos.

Sorriu enquanto reparava que começou a chover.

E nos seus olhos....também.

Afterwards parte III (é só isto que eu quero): AMAR!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!


Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!


Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!


E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...


Florbela Espanca

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Afterwards parte II

...mas afinal não tinha dito que o sol não era já capaz de lhe ferir a vista?
(ele ainda não tinha conhecimento da...mudança)

O sol, esse mesmo sol, que em tempos queimara, aquecera, e alimentara, era agora uma estrela sedenta de luz. Uma estrela sedenta de Paz.
Esse mesmo sol, que um dia não a deixara abrir os olhos, estava agora apagado.
É preciso alimentar o sol! -disse-lhe ao ouvido a gritar baixinho.

Os tempos eram outros. Os planetas haviam mudado e o que outrora fora alimento da terra, era agora uma estrela apagada....sem luz. Os homens fizeram isso (será que ele não sabia??)

É preciso pois, disse-lhe com o dedo empinado, virar as costas a todo esse materialismo velho e sujo e gasto. Há que deixar entrar apenas uma coisa, a única coisa de que a terra e os homens e o sol precisam para viver.

Ora pois! Amor incondicional....muito!
Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim,
que nada nesse mundo levará você de mim.
Eu sei e você sabe que a distância não existe.
Que todo grande amor só é bem grande se for triste.
Por isso meu amor, não tenha medo de sofrer,
que todos os caminhos me encaminham a você.
Assim como o Oceano, só é belo com o luar,
assim como a canção, só tem razão se se cantar,
assim como uma nuvem, só acontece se chover,
assim como o poeta, só é bem grande se sofrer,
assim como viver sem ter amor, não é viver.
Não há você sem mim e eu não existo sem você!


Vinícius de Morais

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Afterwards Part I

Desculpa??

Foi a primeira palavra que lhe disse, porque de facto não havia entendido o que lhe tinha perguntado.
Respondeu-lhe com um sorriso, de forma ingénua.

Ela correspondeu ao sorriso...e corou.

Conheciam-se há anos. Há muitos anos. E adivinhavam as palavras um do outro. Antecipavam os gestos...e só eles entendiam as suas piadas. Acerca das quais mais ninguem ria.

Viveram momentos de real felicidade. Gargalharam até lhes faltar o ar. E respiraram fundo até o ar voltar. A alma, bem, a alma, essa, batia palmas de felicidade pois finalmente podia descansar. Tinha já feito o que se tinha proposto fazer: promover este encontro (de almas).

Como não era um encontro fisico, tinha havido uma dificuldade bem maior em cumprir o combinado. Eram almas tempestuosas! Com mau feitio, e que não obedeciam a regras.

E sim, foi dificil, mas finalmente lá se cruzaram no caminho.

(.....)
"Meu apelo por uma revolução espiritual não é um apelo por uma revolução religiosa."

"As melhores coisas da vida, não podem ser vistas nem tocadas, mas sim sentidas pelo coração"

"Se conseguirmos deixar de lado as diferenças, creio que poderemos nos comunicar, trocar ideias e compartilhar experiências com facilidade"

"Se o seu coração é absoluto e sincero, você naturalmente se sente satisfeito e confiante, não tem nenhuma razão para sentir medo dos outros".

"Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior."

"Fale a verdade, seja ela qual for, clara e objectivamente, usando um toque de voz tranquilo e agradável, liberto de qualquer preconceito ou hostilidade".

"Se os seus sonhos estiverem nas nuvens, não se preocupe, pois eles estão no lugar certo; agora construa os alicerces"


Dalai Lama

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Amor não se conjuga no passado; ou se ama para sempre, ou nunca se amou verdadeiramente.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011


Ísis (em egípcio: Auset) foi uma deusa da mitologia Egípcia cuja adoração se estendeu por todas as partes do mundo greco-romano. Foi cultuada como modelo da mãe e da esposa ideais, protectora da natureza e da magia.
Era a amiga dos escravos, pescadores, artesãos, oprimidos, assim como a que escutava as preces dos opulentos, das donzelas, aristocratas e governantes.
Ísis é a deusa da maternidade e da fertilidade.
Ísis também foi conhecida como a deusa da simplicidade protectora dos mortos e deusa das crianças de quem "todos os começos" surgiram, e foi a Senhora dos eventos mágicos e da natureza.

Por causa desta associação entre nós e poder mágico, um símbolo de Ísis foi o "tiet" ou tyet (com o significado de "bem-estar"/"vida").

Obrigada.







segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Novo ano, vida....nova! Cheia de surpresas.

Quanto tempo demoramos até encontrar a nossa alma gémea..? E como saber que a encontramos??? Bastará o brilho nos olhos? Pois então nesse caso, devemos manter esse brilho aceso eternamente, e a todo o custo…sob pena de nos perdermos de novo…o que devemos evitar com toda a força.

Existem sentimentos que podem ser sentidos e vivenciados, mas quando se trata de tentar exprimir no papel, torna-se difícil encontrar palavras à altura…de tão sublime e maravilhosa que é essa energia que aproxima estes dois seres.
Alma gémea significa falar obrigatoriamente em amor, não no amor Universal de Jesus Cristo, mas sim aquele amor entre homem e mulher . O amor que os faz unir-se como se fossem um só. E não apenas no intuito de alcançar prazeres carnais, mas sim na realização de sentimentos plenos, transcendentais.

Todo o sentimento de amor é…sublime. Intitulamos de ‘alma gemea’ aquele ser que nos faz sentir (e manifestar) o mais profundo sentimento de amor, o amor que perdura pela eternidade e que nos acompanha…vida após vida.
Quando acreditamos que vivemos entre vidas, temos que aceitar que, no decorrer delas, interagimos com outras almas, que nos podem acompanhar, desempenhando vários papéis na nossa vida. Não é acaso o que nos faz sentir simpatia, ou antipatia por alguém que acabamos de conhecer. Cada ser possui a sua energia, a sua alma, que vibra em sintonia (ou na falta dela) com a energia da outra pessoa.

Podemos reconhecer uma alma gémea logo no instante em que nos cruzamos com ela, ou apenas ao final de algum tempo.
Reconhecermos de imediato a nossa alma gémea, pode trazer-nos a realização de um relacionamento perfeito, em harmonia…Por vezes tal encontro surge para fazer com que um dos dois (ou ambos) desperte algo que até então estava adormecido. Pode surgir antes, depois ou em simultâneo com algumas transformações, realizações, e confrontos…

Um reconhecimento de alma gémea, por si só, faz estremecer por completo o mundo. O nosso mundo….faz-nos repensar toda a nossa existência. Definir valores, e prioridades.
Mas para que tal união aconteça, as almas gémeas devem encontrar-se num mesmo patamar de evolução.
Todo aquele que acredita em alma gémea é aquele que “veio” com o propósito de viver esse reencontro, e quando assim é, sente constantemente o apelo do outro. Pelo outro..

(butterflies in my stomach)