Estava ali de pé, parada no meio da rua. Os olhos tentavam ver alguma coisa, mas para nós que temos visão, era claro que ela não via nada. Os olhos, não andavam senão a seguir o som dos meus passos. Foi aí que me aproximei...tentei fazer barulho com os sapatos, para ver se me pedia ajuda. Como eu queria que ela me pedisse ajuda!
Mas não reagiu.
Incontrolavelmente, como se algo me empurasse, ou me puxasse, aproximei-me dela. Toquei-lhe no braço "precisa que a atravesse para algum lado"?
Sim menina, para a Rua Álvares Cabral, pode ser?
Claro que sim, é só atravessar a rua....
Atravessamos 2 ruas, depois de esperar que o semáforo ficasse verde (estava avariado e o som para peões era constante). No final disse-me apenas "muito obrigada e tudo de bom". O sol que brilhava naquela hora foi encoberto. Senti um frio percorrer-me a espinha, e fiquei gelada. Mas por dentro, porque o sol continuava quente!
Quando dei por mim já as lágrimas caíam umas atrás das outras. "Estarei bem"? -pensei para mim, enquanto me beliscava para confirmar que não era sonho (os ultimos têm sido tão estranhos...). Sequei rapidamente as lágrimas para que ninguém se apercebesse e se aproximasse de mim. Eu lá conheço aquela gente (....) -pensei.
Aguentei o resto da tarde calada. Absolutamente calada, a não ser que me dirigissem a palavra, o que também poucas vezes aconteceu.
Passei a tarde, ou o que restava dela, a questionar-me "estarei bem"? Sem encontrar resposta. No final do dia tive a resposta a esta pergunta.
Reparei que não sorria há pelo menos 4 horas e isto não é normal. É a tristeza o que me assalta, em vez da alegria e felicidade de há tempos.
De há tempos....não muito distantes.
Às vezes fecho os olhos, e parece que ainda lá estou. Mas não sei onde é, e quando abro os olhos novamente vejo que estou perdida...
À procura de mim.
E descobri uma coisa hoje, num acaso que não existe....
ISIS é uma forma de regressão a vidas passadas.
Foi o único momento do dia em que.....sorri.
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