No tempo em que Buda pregava, havia pessoas que o amavam e seguiam, e outras que o temiam e odiavam, receosas de que fosse um revolucionário, alguém que iria trazer a desordem ao seu tempo, e mesmo sem o conhecer, julgavam-no pelo que ouviam dizer a outros.
Certo dia, um destes homens que lhe tinham raiva chegou-se ao pé de Buda e cuspiu-lhe na cara. Buda, calmamente, limpou o rosto e perguntou:
'E depois disto, o que mais me queres dizer'?
Os seus discipulos, indignados, refilavam que não podia ser, como é que ele se ficava assim, aquilo era um mau exemplo que poderia espalhar-se, situações destas não podiam ficar impunes. Buda retorqui-lhes que não se deixassem levar pela reacção impulsiva, pois já deveriam ter aprendido que só teriam uma acção justa se estivessem centrados em si mesmos, sem necessidade de reagir, mas sim de agir, e que aquele homem que lhe cuspira no rosto não o atingira verdadeiramente a ele, mas sim à imagem que fazia da pessoa que era Buda.
'Mas eu, propriamente, não me sinto atingido, porque eu não sou aquele que ele pensa. Apenas cuspiu na imagem que tem de mim, pois nem sequer me conhece'.
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