quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A flor que és, não a que dás, eu quero.
Porque me negas o que te não peço.
Tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flor, sê-me flor!

Se te colher avaro
A mão da infausta esfinge, tu perere
Sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste.

Fernando Pessoa-Ricardo Reis

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Olho as estrelas, que não se vêm no céu cinzento, e pergunto-lhes quanto tempo faltará até que me digas....a mesma coisa.
Questiono se vale a pena continuar esta luta, uma vez que o prémio....não sei o valor que tem (não me mostras).
Respiro fundo,e olho para mim, bem para dentro dos meus olhos, e vejo-me. E tu, vês-me? Vês a pessoa que eu sou?
Terei eu que jogar o jogo para 'no final' ganhar o prémio, se eu SOU o prémio?

Não deverias ser tu a lutar por mim...?

O que é que vale a pena afinal???

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

15.11.2010

Já perdoei erros quase imperdoáveis
Tentei substituir pessoas insubstituíveis
E esquecer pessoas inesquecíveis

Já fiz coisas por impulso
Já me desiludi com pessoas
Que nunca imaginei que me desiludiriam
Mas também desiludi alguém

Já abracei pra proteger
Já ri quando não devia
Fiz amigos eternos
E amigos que nunca mais vi

Amei e fui amado
Mas também fui rejeitado
Fui amado e não amei
Já gritei e saltei de tanta felicidade

Já vivi de amor e fiz promessas eternas
Mas também me magoei muitas vezes
Já telefonei só para ouvir uma voz
E apaixonei-me por um sorriso.

Já pensei que fosse morrer de tanta saudade
Tive medo de perder alguém especial
(e acabei por perder).
Mas vivi!

E ainda vivo!
Não passo pela vida.
E também tu não deverias passar!
Bom é lutar com determinação

Abraçar a vida com paixão
Perder com classe
E vencer com ousadia
Porque o mundo pertence a quem se atreve
E a vida é muito para ser insignificante.

Vive!!
Augusto branco
Tantas vezes tenho começado, e recomeçado, e recomeçado ainda! Tantas vezes me escapaste por entre os dedos, fugiste e voltaste. Tantas vezes te disse adeus, sabendo que estaria a dizer-te olá em pouco tempo...

Those days are over...
Chegou a hora final. Chegou a hora do adeus eterno. Chegou a hora de te dizer que....

.....já chega.

Chegou a hora de te dizer que te amo incondicionalmente e que mesmo sem ti aqui, sinto-te a ti, aqui....
Chegou a hora de te sussurrar ao ouvido que te amo e vou amar sempre...mesmo longe de ti....

Chegou a hora, sabes? É agora.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Se tu soubesses a falta qu me faz o teu 'olá' matinal. O teu carinho no olhar, e os teus beijinhos na testa...
Se tu soubesses a falta que me faz ouvir da tua boca nada mais do que um 'estou aqui contigo, vou ajudar-te'...
Se tu soubesses como o sol deixou de brilhar desde aquele dia em que desenlaçamos as mãos...
Se tu soubesses como os meus dias são tristes...
Se tu soubesses o aperto no peito cada vez que olho e não te vejo..
Se tu soubesses ainda, como é dificil segurar a mão quando a vontade é pegar no telefone...
Se tu soubesses como custa não te comprar o mundo...
Se tu soubesses como adormecer contigo se tornou no acto mais delicioso de todos os tempos...e se soubesses ainda a falta que me faz!
Se tu soubesses como saber, apenas saber, que estás ali, me chegava e chegaria sempre...
Se tu soubesses que, não ouvir a tua voz me cala as palavras...
Se tu soubesses que a felicidade tem o teu rosto...
Se tu soubesses que fica mais frio quando tu não estás...
Se tu soubesses o medo que sinto do futuro, ao não te ter presente...

E se soubesses ainda como te amo, e como o meu amor é real...

Se soubesses tudo isto e tanto mais que te não digo....então talvez...quem sabe....

Dizer que te encontrei, e te perdi, seria um erro linguístico. Seria um todo ingnorar de sentimentos, de toques, e sensações. Para não falar de sorrisos, e olhares....
Dizer que nos perdemos pelo tempo, meu Deus, como seria errado! Afinal, nunca fizemos nada de errado. Aos olhos de Deus algum.

Há quem diga que o amor é cego, mas como poderia se te amei num olhar....
Dizer que te perdi, seria o mesmo que fechar-me num quarto escuro. Seria o mesmo do que dizer que estava presa, e sem poder sair....

Mas eu posso, sou livre! Deste-me essa liberdade...a liberdade de te amar. Deixaste-me entrar na tua vida, sem ter que pedir. Deixaste-me fazer parte dela, e fi-lo, como se tivesse sido assim a vida inteira....

Não me deixo nunca assaltar pelo pensamento de que não vou voltar a ver-te. Porque a vida não iria fazer isso connosco. Não iria nunca.

Eu sei disso, tão bem quanto tu sabes....


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Tantas coisas que acontecem simultaneamente....crianças que morrem de fome, atentados que matam milhões, crianças que nascem, acordos de Paz...

Casamentos, separações, mãos que se dão, e outras que se desenlaçam....

E nós? Nós que prometemos antes do começo do mundo que íamos ser felizes..?


Porque é que não somos? Sem ti, eu não serei nunca....

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Começar....continuar....permanecer...acabar...

Recomeçar....continuar....permanecer....abandonar...

Recomeçar......recomeçar......tentar.....continuar......permanecer...ficar..


Recomeçar.........desistir.....ir embora......


....e voltar.
"If you start measuring the consequences of doing what is right, you'll soon fall into the temptation of doing what is wrong"...Let's start doing what is right, not what is convenient!"
'Sou a tua menina...tu és o meu rapaz...'

Sem dormir não consigo sonhar contigo

Deito-me e adormeço de imediato. A almofada serve-me de consolo, e dá-me conforto na dôr que não existe.

Hoje em dia é dificil ter 'alguém'. As pessoas não querem compromissos, não sabem o que querem e confundem tudo. Ou antes: querem tudo. E cortam os laços que os prendem aos que os amam. Pela única razão de que dar amor de volta....dá trabalho.

Há alguns anos, poucos ainda, todos passavamos pela magia da corte. Demoravamos eternamente a dar um beijo a um rapaz, a intimidade vinha quase no final.
Hoje começa-se pelo final. E quando avaliamos o que realmente tem peso, encontramos actos futeis, e o sentimento não está lá.

Sou forte e aguentei as tuas palavras, vezes demais...
Mas acreditei nelas, quando o discurso mudou. Acreditei que a minha hora feliz tivesse chegado, mas....
....já acreditei nisso antes. E também foi ilusão.

Mas tu és diferente. Foste diferente. Acariciaste-me a cabeça para que eu adormecesse. Acariciaste-me a alma e disseste 'a minha também está aqui' (....)

Tenho que aprender. Aprender a esperar. Sem me mexer jamais.
Sem ir numa direcção ou outra. Porque jamais quererei encontrar infelicidade. Jamais quererei sentir esta dor. Este aperto no coração que quase me corta a respiração.

Este gelo que me vai deixando mais fria, mais indiferente a cada vez...

Não deveria ser assim.


"Que Deus me dê a perseverança triunfante das ondas...que cada um dos meus recuos, seja ocasião de novo avanço..."




quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Sorrir...sorrir sempre! Ou pelo menos...tentar...


Falta pouco mais de 10 dias para chegar 'o' dia. O dia em que vou lembrar-me de ti...
....mais ainda.
Como se passasse um dia só, um momento, um segundo em que não estejas na minha memória.
Tantas vezes te tenho pedido ajuda. Tantas vezes te grito em sonhos, mas as respostas continuam a não chegar...
Sabes....conheci uma pessoa que anda como tu. Que também me põe a mão no pescoço quando anda(va) lado a lado comigo na rua. Que também cruza os braços atrás das costas...
Porque é que não queres essa pessoa do meu lado? E porque não me dizes...? Diz-me a razão...por favor, diz-me....diz-me para que eu entenda e sofra menos. Eu preciso sofrer menos.

Diz-me porque é que eu não mereço mais do que um momento de felicidade.

Diz-me, diz-me porque é que tudo o que de bom me acontece me é tirado tão depressa.
Diz-me porque é que é sempre assim. É assim comigo, porque assim foi contigo também? Porque herdei a tua cara, os teus olhos....mas não a tua crueldade...

Diz-me onde erro.

Diz-me tudo isso....por favor, diz-me mais, muito mais.

Ajuda-me a encontrar Paz.
A voltar a acreditar em amor incondicional...
Já acreditei tanto nele....e fiz com que outros acreditassem...porque não acredito eu agora..?

"Quando eu era pequenina, quando eu era pequenina
Acabada de nascer, acabada de nascer...
Ainda mal abria os olhos, ainda mal...abria os olhos,
Já era para te ver...já era para te ver

Quando eu já for velhinha, quando eu já for velhinha,
Acabada de morrer, acabada de morrer...
Olha bem para os meus olhos, olha bem, para os meus olhos,
Já sem vida pra te ver..acabada de morrer (...)"


Ai como eu queria voltar à minha infância. E nunca a ter vivido. Pois se somos o que a vida faz de nós, eu não quero ser esta pessoa que fizeste de mim, óh vida...
Queria que todos os pesadelos que vivi, não tivessem passado de pesadelos, mas foram realidade...
E quando durante a infância, outras crianças acordavam com um carinho Paternal, a sossega-las do pesadelo...o pesadelo morava dentro da minha casa. Ele morava dentro de mim.

Guardo memórias de coisas que quis esquecer. Guardo memórias que tu não sabes que eu guardo. Aperto no peito uma dôr que não calculas..."a minha rapariga" -chamavas-me...Hoje já não sou a tua rapariga. E tu já não olhas mais por mim como quando eu era a tua menina pequenina.
Mas sabes? Continuo a guardar também dentro de mim o orgulho dos teus olhos. Continuo a guardar comigo, a dor que me passaste no ultimo dia em que te vi. Continuo a guardar dentro de mim TANTO...que às vezes não cabe dentro de mim. E eu cometo erros.

Queria nascer agora. Queria estar a nascer hoje. E não conhecer a podridão que mora no coração das pessoas. Queria não ter vivido nenhum dos pesadelos que vivi...eles tornaram-me numa pessoa fria. Muito fria. Mas apenas para os que amo.
Porque foram aqueles que mais amei, que mais sofrimento me causaram. E isto...isto não vai passar nunca.

Vai acabar quando eu acabar também. Quando puser fim a esta viagem, à procura de uma nova.

Resta-me sonhar com ela. Sonhar que um anjo branco, repleto e envolto em luz, me venha buscar e me tire deste pesadelo.
Me arranque este corpo em que vivo amarrada, e do qual fui feita prisioneira.

Porque estou......cansada.


Estou cansada de afastar as pessoas que amo.
Estou cansada de ser....como tu.
Estou cansada de chorar lágrimas sem motivo.
Estou cansada de não ter perdão.


I'm just a girl....standing in front of a boy, asking him to love her.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cortaste-me o fôlego e acabaram-se as palavras.
Já as escrevi todas num pedaço de papel que amarrotei e meti no teu bolso. No bolso do teu coração.


Onde gostava que as guardasses, sempre. Com muito carinho.

E amor também.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Liberdade

Sair de dentro e mim e olhar-me de longe.


Avaliar o que fiz de bom e de mau. Colocar tudo numa balança e tomar consciência da falta de equilíbrio. Equilíbrio esse ainda não encontrado, e que…talvez não encontre nunca. Pois se não o procuro em dia algum…







Flutuar nesta ilusão de equilíbrio, fazer de conta que tenho os pés assentes no chão, e que nada pode fazer-me cair, e como é mentira….


Não tenho a certeza de nada, como nunca tive, e não poderei ter nunca. Porque nada é eterno. Nada dura mais do que um momento apenas. E não terá este momento durado tempo demais já?
Não terá já chegado a hora de desenlaçarmos as mãos? E num abraço curto, e pouco apertado dizermos adeus…?
Não chegará já de aprender? Haverá ainda mais lições? E quais serão? Quero aprende-las? Tantas perguntas a que não apetece responder, se é que têm resposta. Sequer…

Nunca me faltou a coragem, e não me falta agora tão pouco. Talvez um dia, sim, talvez um dia, acorde mais cedo do que estava previsto, e, olhando à minha volta, não me encontre. E precise partir. Novamente partir, à descoberta.



De mim mesma.



domingo, 17 de outubro de 2010

Muitos dias têm passado sem que te suspire ao ouvido. Sem que te aperte a mão com muita força enquanto te digo que te amo. Sabes? É que a lua demorou a brilhar, e a sua luz, a que agora me invade a alma, é tão forte e tão grandiosa que me cega por vezes.

Mas não...não me esqueci de ti. Estás aqui. Bem guardadinho no meu peito, e eu penso em ti a cada suspiro. Cada segundo...cada sorriso...

Só demorei mais tempo do que pensava a chegar cá, mas cheguei. E hoje quero dizer-te que chegaste comigo.

Já não sei quem levou quem Se te trouxe ou se me levaste.

O que posso dizer-te é que o meu sorriso, nunca foi...tão bonito.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

"Deus quer, o homem sonha, a obra nasce"

Foi a frase que Fernando Pessoa escreveu para nos deixar a "Mensagem" de que quando sonhamos, tudo é possivel.






Tudo é possivel.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Recomeçar

Não importa onde você parou …
em que momento da vida você cansou…
o que importa é que sempre é possível e necessário “Recomeçar”.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo…
é renovar as esperanças na vida e o mais importante…
acreditar em você de novo…
Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado.
Chorou muito? Foi limpeza da alma.
Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia.
Tem tanta gente esperando apenas um sorriso seu para “chegar” perto de você.
Recomeçar…
hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você que chegar?
Ir alto… sonhe alto…
queira o melhor do melhor…
pensando assim trazemos pra nós aquilo que desejamos…
Se pensarmos pequeno coisas pequenas teremos ….
Já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor, o melhor vai se instalar em nossa vida.
“Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.”

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 19 de setembro de 2010

A hora tinha chegado e não queria mais prolongar aquele sofrimento. Sofrimento esse que durou meses, séculos, uma eternidade! Uns 500 anos...
Pois era agora o momento, e não havia tempo para olhar para trás. Não teve medo, e deu 'enter' no botão.
Depois, esperou calmamente por um sinal. E o sinal chegou.

O medo, esse nunca teve lugar. Nunca ocupou qualquer espaço. Ela sabia, sempre o soube, que o final seria feliz. Outra coisa não faria sentido. Sabes? Disseste-me em sonhos que me amavas para sempre. Disseste-me em sonhos que comigo longe respiravas mal. E eu sabia.

Era então altura de ir, mostrar que o tempo não tinha apagado nada, apenas mudado as coisas de lugar.


E o lugar é Paris. É o próximo lugar. Depois desse....outros virão. Não sei quais. Nem me questiono. Pouco me importa já. Porque eu sei, tu sabes, sempre soubemos.

E saberemos.


Saberemos sempre. Prometo.





Tinha o coração assim desenhado há muito. Intocado. E intocavel....Não deixei que ninguém chegasse perto, e magoei aqueles que tentaram. E chegou um dia em que já doía demais. Em que já não suportei mais sentir-me assim, e baixei os braços, já sem forças. Mas com muita força!!

E agarrei-te com ambos, e apertei-te bem.


E não quero deixar-te fugir.

Jamais.




Rest in Peace....

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Estou cansada.....



Cansada demais para pensar nas coisas sérias da vida.




                    Mas não me esqueço. Disso não me esqueço nunca. Estou só cansada.

sábado, 11 de setembro de 2010

Did I dream that you dreamed about me?

É destas memórias que falo. Da cumplicidade que só existia no nosso olhar. E que sobreviveu calada durante tempo sem conta. Estes olhares, que não traduzem nada senão aos nossos olhos. Ninguém conseguiu nunca entender de onde veio o nosso brilho. O que estavas a dizer-me, e eu a ti. Naquele momento. Neste momento....







Quase apanhados em flagrante.....

Num momento só nosso. Este jeito que mais ninguém conhece, ou reconhece a não ser em nós.

Onde ficou tudo isto? Não vale a pena usar pretéritos passados, porque tudo isto não ficou em lado algum. Continua aqui. E vai continuar sempre. Independentemente dos séculos----




Estes momentos não ficaram em lado nenhum. Estão aqui, hoje e sempre. Porque.....


Não há longe, nem distância. E tu sabes disso há tanto tempo....500 anos? Quem sabe.

É bem possivel.

Um Sábado à noite, diferente do Sábado à noite da semana anterior...muito diferente.

Quis escolher uma musica especial, escolher a opção ‘repeat’ e ouvi-la vezes sem conta. Mas percebi que não existe uma musica especial que traga memórias de ti. As memórias tuas chegam cada vez que fecho os olhos, e olho bem dentro de mim.

Eu, tantas vezes fria. Tantas vezes egoísta…tantas vezes errada.

Quando finalmente encontrei a musica que te traz de olhos fechados, percebi que não foste tu quem a trouxe a mim. Fui eu quem te levou a ela….Quando falavas do nosso amor com uma cara séria, e que me fazia cócegas no coração.

Fazias com que eu tremesse de medo, mas só interiormente, porque o meu corpo, a minha alma que na verdade sou eu, queriam saltar-te para o colo com as pernas enlaçadas em ti. Como uma criança perdida, à procura de um caminho.

Eu era a criança. Tu foste o caminho.

Gostava de ser capaz de escrever a mais linda declaração de amor e imprimir numa folha do tamanho do céu, e assim, sempre que o olhasses em busca de respostas e conforto, encontrarias as minhas palavras. E como eu gostava que elas te trouxessem respostas. E conforto….

Isso foi o que encontrei nos teus braços.

Nos teus braços onde hoje não me refugio mais. Onde não encontro mais o meu porto de abrigo. E fiquei assim, sem protecção.

O ar que respiro é agora mais frio, porque tu não estás. Mas o calor das memórias que guardo no bolso, esse aquece-me noite e dia e não durmo. E quando durmo sonho contigo, porque estás comigo constantemente e falo contigo durante o sono.

As coisas que gostava de te ter dito e não disse….talvez diga em breve, se assim o coração ditar. Porque mereces ouvir.

Tantas vezes me perguntaste porque gosto tanto de ti, e nunca te respondi. Gostavas mesmo de saber?

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Li esta frase por aí....

Frase do dia
«Tente tudo e todas as coisas e não acredite em adeus.»


E o meu dia ficou côr de rosa!!!
Pena já ter acabado, porque eu gostaria que o dia de hoje tivesse durado mais dias...

Amanhã há mais!

Os versos que te fiz

Deixa dizer-te os lindos versos raros

Que a minha boca tem pra te dizer!

São talhados em mármore de Paros

Cinzelados por mim pra te oferecer.



Têm dolência de veludos caros,

São como sedas pálidas a arder...

Deixa dizer-te os lindos versos raros

Que foram feitos pra te endoidecer!



Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...

Que a boca da mulher é sempre linda

Se dentro guarda um verso que não diz!



Amo-te tanto! E nunca te beijei...

E nesse beijo, Amor, que eu te não dei

Guardo os versos mais lindos que te fiz!



Florbela Espanca

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Separados somos fortes, mas juntos somos invencíveis.




É muito comum após uma separação lembrar-se muito mais dos momentos bons e esquecer-se das causas que fizeram o relacionamento não mais existir.

Depois de analisar alguns factos, obter algumas respostas, algumas pessoas podem chegar à conclusão que é melhor voltar a um passado infeliz, mas seguro, do que enfrentar um futuro incerto, apesar de quase sempre, muito melhor.



Essa voz que lhe diz para ligar, passar por cima de suas mágoas e sentimentos, fazendo olhar esse passado com lágrimas nos olhos, pode estar apenas a representar o seu medo de acreditar em si mesmo e ser capaz de superar essa dor.

Separar-se não significa não haver mais nenhuma possibilidade de voltar atrás e reconciliar-se. Significa simplesmente que por enquanto a relação acabou e esta é a única certeza que possui. Algumas vezes acontece que, depois de uma separação, o casal volte a unir-se, superando as dificuldades e acima de tudo, aprendendo com cada uma delas.

Porém, viver na esperança e na expectativa de que isso aconteça pode ser muito destrutivo. É essencial viver esse momento como uma verdadeira separação, a fim de que todo o sofrimento tenha algum sentido de ter existido e tenha deixado alguma aprendizagem, para que assim algumas mudanças possam ocorrer.

Se haviam chatices constantes, desentendimentos, tristeza, a separação não deveria ser vivida como uma sensação de alívio? E se em lugar do alívio, existe a angústia, opressão? Será que isso indica que houve um engano? Mesmo que a relação não estivesse como gostaria, agora falta uma parte de si mesmo que sentia como se existisse dentro de si e que foi embora, não há mais um ponto de referência que o outro proporcionava. Houve a quebra de vínculos profundos, e quanto mais longa foi a relação e mais intimamente os momentos eram partilhados, mais intensa parece ser a falta que faz. Mesmo quando havia sofrimento durante o relacionamento, infelizmente é muito difícil existir uma separação sem dor.

Parece ser difícil passar desapercebido esse momento. Os sentimentos que antes era possível disfarçar, agora parecem ficar mais expostos do que nunca. A separação de facto magoa tanto, que na escala das causas de stress, vem imediatamente após a morte de uma pessoa significativa. Tanto isso é verdade que quando esse vínculo é rompido, é necessário um trabalho interior que requer uma enorme quantidade de energia psíquica para recuperar o equilíbrio perdido, tanto que psiquicamente, passamos por um período de luto, da mesma forma de quando perdemos uma pessoa querida pela morte real.

De facto, muitas pessoas têm a sensação de assistir a um enterro, sem flores nem acompanhamentos, no qual se está só com o seu luto. Algumas pessoas nesse momento precisam estar na companhia de alguém que as ouçam e suportem com elas a sua dor, mas quase sempre a pessoa não se sente uma companhia muito agradável, evitando qualquer contacto com outras pessoas, para ter a liberdade de chorar, chorar e chorar. Não imaginando que ficaria tão mal!

Mas ficamos.



Algumas pessoas olham fotografias de momentos vividos juntos, lêem cartas, mensagens que foram trocadas. Outras, no entanto, rasgam tudo, querem livrar-se de tudo aquilo que as façam lembrar do passado, afinal os objectos são terríveis testemunhas do que se deseja esquecer.

O que é ideal? Guardar e rever tudo que foi conquistado junto ou livrar-se de tudo o mais rápido possível? Faça o que fizer sofrer menos. É comum nos dias seguidos da separação, rever fotos e tudo que possa garantir que tudo aquilo existiu de facto, mas prolongar esse período pode trazer muito mais dor.



A culpa também é outro sentimento que pode fazer-nos querer voltar para refazer o que não fizemos. Algumas pessoas tendem a experimentar um sentimento de inferioridade, baixa auto-estima, por não ter sido capaz de manter a relação. Outras tendem a agir ao contrário, não se responsabilizando por nada do que ocorreu. Nem sempre a busca por culpados é o melhor caminho, é melhor entender o que aconteceu, evitando apontar o dedo a quem quer que seja.



Foram preciso duas pessoas para começar a relação e é também para terminá-la, por mais que um dos dois não quisesse que isso ocorresse. Mas não se deve deixar esmagar por condenações, com certeza que cada um naquele momento fez o melhor que conseguiu fazer. Ter uma visão clara do que ocorreu não é uma conquista imediata e para que as primeiras reacções emotivas possam ser compreendidas, leva algum tempo.



Não é possível determinar quanto tempo, pois cada pessoa reage de maneira diferente, principalmente devido ao seu histórico de vida. Pessoas que quando crianças viveram a experiência do abandono, com certeza encontrarão mais dificuldades para enfrentar esse momento, pois o abandono da infância irá somar-se ao actual, podendo fazê-lo reviver o último com muito mais intensidade e sofrimento. Por outro lado, aquelas que viveram uma infância com afecto, sem perdas, terão mais recursos para enfrentar a separação.



Seja o que for que esteja a sentir neste momento, saiba ser compreensivo consigo mesmo como seria com alguém que lhe pedisse colo. Dê a si mesmo, carinho, atenção e ouça cada um dos seus sentimentos, sem desprezá-los ou ignorá-los, para que aos poucos comece a reconstruir esses sentimentos que pensava nunca mais sentir.



Ana Coutinho


in Diário de uma Psicóloga Pensadora...





quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Regressão é uma das grandes técnicas do futuro nos campos de auto-descoberta e psicoterapia. Uma de suas características mais importantes é que integra duas dimensões dentro do mesmo processo: uma dimensão psico-terapêutica, e uma metafísica.

Para psicoterapeutas, regressão é uma técnica transpessoal que permite explorações e libertações de profundidade sem precedente, e através da qual a necessária dimensão metafísica pode ser incorporada em psicoterapia.

Para quem cultiva a espiritualidade, regressão é a maior ferramenta na abertura da percepção, um acordar poderoso do terceiro olho, e acima de tudo um caminho de descondicionamento mental. Esta técnica proporciona também uma purificação profunda e sistemática da camada emocional – não diferente da catarse que Bernard de Clairveaux, patrono dos Templários, costumava descrever com a palavra latina defæcatio , considerando isto um preliminar indispensável para uma experiência espiritual mais elevada.

Regressão visa explorar e liberar bloqueios emocionais e complexos mentais, assim como muitas outras terapias. A diferença da regressão, entretanto, está na sua maior capacidade para alcançar recordações subconscientes e inconscientes escondidas. Até mesmo nas primeiras sessões, não é incomum experimentar flashbacks que não podem ser relacionados a qualquer experiência nesta vida, mas que são acompanhados por um sentimento profundo e uma certeza interna de que eles se referem a você. Por isso o nome “Terapia de Vidas Passadas” é dado com freqüencia à Regressão.

Com relação à vidas passadas, porém, alguns pontos devem ser bem esclarecidos desde o princípio. Primeiro, de maneira alguma é necessário acreditar em vidas passadas para passar por um processo de regressão. ISIS, a técnica de regressão que eu desenvolvi, não usa nem imaginação nem visualização criativa. Ela não requer que você acredite em coisa alguma, mas apenas que siga o processo. Na realidade, quanto menos crenças você trazer com você, maior a chance de sucesso, pois crenças geram expectativas que tendem a distorcer a pureza das experiências.

Alguns dos flashbacks durante a regressão são de extrema clareza e deixam o cliente com pouca dúvida de que são reais; entretanto, o que importa nas experiências de regressão não é se eles vêm de vidas passadas, mas que tipo de melhoria podem trazer à sua vida presente. Usando as palavras de um de meus clientes, logo após terminar uma intensa regressão: “eu não sei sobre vidas passadas, mas até onde isso diz respeito à minha vida, faz muito sentido com certeza!”. O que importa é como a vida presente do cliente pode ser mudada, e não tanto a origem da experiência. Deixe as pessoas decidirem por si mesmas o que a real natureza destes flashbacks pode ser. Entretanto, elas são parcamente inspiradas a tomar essa decisão antes de passarem, elas mesmas, pelo processo de regressão, pois a intensidade e vêemencia dos flashbacks é bem maior do que a maioria das pessoas imagina quando pensam em terapia de vidas passadas. Além disso, algumas regressões são acompanhadas por um sabor do “Self ”, uma sensação de sua própria coesão, momento este que palavras são insuficientes para descrever desde que você mesmo não tenha passado pela experiência.

Um segundo ponto essencial é que o propósito do método ISIS de regressão não é escrever um romance sobre suas vidas passadas, mas trabalhar clareando o presente. A regressão se preocupa com os bloqueios emocionais e mentais atuais do cliente, e como os liberar. Pode conduzir a episódios de re-experiência da primeira infância, ou, possivelmente, certos episódios que não podem ser relacionados a qualquer evento desta vida atual. Porém, se os clientes começam a se interessar mais pelos detalhes de histórias de vidas passadas do que como a regressão pode lhes ajudar a ficarem mais livres e mais despertos, então o processo pode, rapidamente, ficar sem sentido, e além do mais pode convidar todos os tipos de engano e decepção. Esta advertência é essencial e será, portanto, repetida várias vezes ao longo do livro. As metas de ISIS são descondicionamento, libertação emocional imediata, e estar ciente do Self. ISIS visa desvendar sua real natureza, e pouco se importa sobre quem você foi.

Em terceiro lugar, minha intenção neste livro não é discutir ou “demonstrar” a realidade de vidas passadas. De fato eu não acredito que alguém posse provar a realidade de vidas passadas, da mesma maneira que não há nenhum modo de provar a realidade dos sonhos. Acontece que quase todo mundo se lembra de seus sonhos, pelo menos de vez em quando, dessa forma existe pouca dúvida se eles existem ou não. Mas suponha que você estivesse morando em um mundo onde ninguém, além de você, se lembrasse dos sonhos. Como você poderia provar a realidade deles? Cada vez que você contasse sua história, a maioria das pessoas responderia imediatamente “Tolice!” Você poderia tentar produzir um eletro, mostrando que seus padrões de onda cerebrais foram alterados cada vez que você sonhou. Entretanto os céticos iriam alegar que isso só prova que suas ondas cerebrais mudaram, e que não há necessidade para inventar algo tão fantasioso como sonhos para explicar o fenômeno.

Semelhantemente, só a experiência direta pode trazer um entendimento real do assunto de vidas passadas. É melhor mostrar técnicas que permitem esta experiência direta, e deixar o tempo fazer seu sublime trabalho. Como Einstein dizia, é raro as pessoas se deixarem convencer por idéias novas. O que acontece é que as pessoas com as idéias velhas morrem, e aqueles que os seguiam acham as idéias novas muito natural e as adotam. Uma vez que uma quantidade suficiente da população tenha passado pelo tipo de flashbacks que acontecem durante regressão, parece bem provável que experiências de vidas passadas se tornarão tão comum e aceitáveis como sonhos.

Uma vez, eu fui convidado a falar sobre regressão a uma sociedade que tinha me contactado depois de ler um de meus artigos em uma revista de saúde. Eu concordei sem questionar muito. Cheguei cedo ao lugar, quinze minutos antes, e depois que a secretária me deu um cortês mas distante cumprimento de boa-vinda, eu decidi passar o tempo restante lendo os folhetos da organização. Ficou claro imediatamente que eu tinha aterrissado entre um grupo de céticos que só tinham me convidado para atacar minhas visões. Um breve, mais intenso, momento de cogitação surgiu, durante o qual eu tive que achar uma estratégia nova e mudar o formato de minha conferência.

Eu falei com eles do seguinte modo (e eu pediria para os leitores céticos que vissem este livro da mesma maneira): “Aqui estão os estudos de casos de vários dos meus clientes. Aqui estão as palavras que eles disseram quando passaram por estas regressões. Eu não pretendo que isto demonstre ou prove qualquer coisa. Mas, algum tipo de experiência nova deve estar emergindo, porque outras pessoas que trabalham com regressão, assim como eu, observaram padrões semelhantes em milhares de sessões. É da escolha de cada um de vocês tirarem suas próprias conclusões. Para mim, o que realmente importa são que os clientes melhoram depois destas regressões. Nem todos, claro, mas um número significante. Eles se libertam de tranqüilizantes e comprimidos para dormir. Eles se relacionam socialmente com mais facilidade, e o nível de neurose diminui. Alguns deles sofrem uma transformação profunda e chegam mesmo a mudar de valores. Alguns adotam uma atitude muito mais filosófica com a vida e começam a questionar seus propósitos na Terra.”

Não tentando os convencer de qualquer coisa, eu peguei os céticos de surpresa. Como resultado, eles se mostraram surpreendentemente receptivos. Nós rimos muito do caráter desajeitado de alguns dos meus casos de estudo, e o presidente concluiu a noite dizendo que, afinal de contas, a sociedade deles era a favor de qualquer técnica que permitisse o indivíduo esvaziar as latas de lixo da mente – que é exatamente o que a regressão faz.

Mais que uma técnica nova, regressão é uma experiência nova, ou melhor, é a disseminação de uma experiência velha em proporções desconhecidas até agora. Ao longo da história, do indiano r sis até Goethe, passando por Platão e uma linha ininterrupta de videntes, sempre houve indivíduos que recordaram experiências de encarnações anteriores na Terra. Mas estas experiências eram raras. Nos últimos quinze anos, eu testemunhei grande mudança na maneira como as pessoas ganham acesso a flashbacks de vidas passadas (ou como queiram chamar estas experiências).

Quando eu estava praticando regressão, no começo dos anos oitenta, eu tinha que confinar meus clientes em uma casa durante duas semanas e implementar as técnicas continuamente. O processo era drástico e só podia ser vivenciado por pessoas que tinham alcançado um certo grau de estabilidade emocional, através de anos de trabalho nelas mesmas. Normalmente, era só depois de sete ou dez dias aumentando a pressão interna, que alguns dos participantes começavam a ter experiências de regressão.

Agora, no meio dos anos noventa, a situação ficou bem diferente. Já não são necessários cursos residenciais. Sessões semanais privadas, de uma ou duas horas, são suficientes. Alguns clientes, quando se deitam pela primeira vez no meu local de trabalho, começam a regressão antes mesmo que eu termine de implementar minhas técnicas! O processo ficou relativamente tranquilo e suave, e, portanto, aberto a praticamente todo mundo. Além disso, as regressões que todas estas pessoas experimentam são freqüentemente mais profundas e mais genuínas que a de seus predecessores, quinze anos atrás. Obviamente algo mudou. Cada vez mais, você ouve falar de pessoas que vão ver o acupunturista por causa de um pescoço dolorido ou algum outro problema secundário, e inesperadamente experimentam um flash de vidas passadas momentâneo, assim que as agulhas são colocadas em seus corpos – embora nem elas nem o acupunturista soubessem qualquer coisa sobre regressão. Claro que, estes permanecem casos relativamente isolados, e não seria correto esperar que você descubra suas vidas passadas em um estalar de dedos; qualquer trabalho de qualidade requer tempo e esforço. De qualquer maneira, vivenciar um estado de regressão se tornou infinitamente mais fácil do que era, o que pode gerar conseqüências consideráveis, não apenas em diferentes campos de terapia, mas inclusive na base de nossa sociedade.
ISIS, conector e cliente

A técnica ISIS de regressão está baseado em três princípios básicos:

1) o espaço interior (inner space) do terceiro olho, contactado através da área entre as sobrancelhas;

2) a interação (interaction) entre duas pessoas, um que se deita e passa pela experiência de regressão, e o outro que se senta perto e maneja a energia durante a sessão. O primeiro é chamado de “cliente”, e o segundo de “conector”.

3) sourcing , isto é, procurar sistematicamente pela origem de todas as marcas emocionais e comportamentos condicionados.

As iniciais das três condições, Inner Space Interactive Sourcing , felizmente combina em ISIS.

Deve ser acentuado que a técnica de ISIS não usa qualquer forma de sugestão hipnótica ou hiperventilação. Ela atua por uma ativação do corpo de energia, e em particular, do terceiro olho. Isso conduz a uma percepção completamente nova de suas emoções, como formas e ondas em sua consciência. Esta perspectiva fornecerá várias oportunidades, ao longo do livro, para explorar certos mecanismos básicos relacionados a corpos sutis e seus destinos após a morte.

Clairvision School

Vou despejar...porque preciso tirar tantas coisas de dentro de mim! E não há ninguém que me ouça hoje...

Estava ali de pé, parada no meio da rua. Os olhos tentavam ver alguma coisa, mas para nós que temos visão, era claro que ela não via nada. Os olhos, não andavam senão a seguir o som dos meus passos. Foi aí que me aproximei...tentei fazer barulho com os sapatos, para ver se me pedia ajuda. Como eu queria que ela me pedisse ajuda!
Mas não reagiu.

Incontrolavelmente, como se algo me empurasse, ou me puxasse, aproximei-me dela. Toquei-lhe no braço "precisa que a atravesse para algum lado"?
Sim menina, para a Rua Álvares Cabral, pode ser?
Claro que sim, é só atravessar a rua....
Atravessamos 2 ruas, depois de esperar que o semáforo ficasse verde (estava avariado e o som para peões era constante). No final disse-me apenas "muito obrigada e tudo de bom". O sol que brilhava naquela hora foi encoberto. Senti um frio percorrer-me a espinha, e fiquei gelada. Mas por dentro, porque o sol continuava quente!

Quando dei por mim já as lágrimas caíam umas atrás das outras. "Estarei bem"? -pensei para mim, enquanto me beliscava para confirmar que não era sonho (os ultimos têm sido tão estranhos...). Sequei rapidamente as lágrimas para que ninguém se apercebesse e se aproximasse de mim. Eu lá conheço aquela gente (....) -pensei.

Aguentei o resto da tarde calada. Absolutamente calada, a não ser que me dirigissem a palavra, o que também poucas vezes aconteceu.

Passei a tarde, ou o que restava dela, a questionar-me "estarei bem"? Sem encontrar resposta. No final do dia tive a resposta a esta pergunta.
Reparei que não sorria há pelo menos 4 horas e isto não é normal. É a tristeza o que me assalta, em vez da alegria e felicidade de há tempos.
De há tempos....não muito distantes.
Às vezes fecho os olhos, e parece que ainda lá estou. Mas não sei onde é, e quando abro os olhos novamente vejo que estou perdida...

À procura de mim.

E descobri uma coisa hoje, num acaso que não existe....

ISIS é uma forma de regressão a vidas passadas.

Foi o único momento do dia em que.....sorri.


terça-feira, 7 de setembro de 2010

On the floating, shapeless oceans
I did all my best to smile
til your singing eyes and fingers
drew me loving into your eyes.

And you sang "Sail to me, sail to me;
Let me enfold you."

Here I am, here I am waiting to hold you.
Did I dream you dreamed about me?
Were you here when I was full sail?

Now my foolish boat is leaning, broken love lost on your rocks.
For you sang, "Touch me not, touch me not, come back tomorrow."
Oh my heart, oh my heart shies from the sorrow.
I'm as puzzled as a newborn child.
I'm as riddled as the tide.
Should I stand amid the breakers?
Or shall I lie with death my bride?

Hear me sing: "Swim to me, swim to me, let me enfold you."
"Here I am. Here I am, waiting to hold you."

A Paz e a felicidade que procuras, está no silêncio que não fazes

A solução está simplesmente dentro de ti, dentro do teu coração.

Chegou a hora de parar. Pensar. Respirar. Sorrir, e gritar.

Ninguém é dono da sua felicidade, e por isso, não entregues a tua nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém…!

Sentes tristeza? Queres ser feliz…?

Agradece a tua vida TODOS OS DIAS. Agradece pelas coisas boas que tens neste momento, e não aspires unicamente as que gostarias de ter. Erramos tanto ao pedir vezes sem conta as coisas que nos fazem falta, ou que julgamos fazerem-nos falta, e esquecemos de agradecer o bem que já temos.

Paz:

O nosso Espírito não alcança a Paz, enquanto estivermos com medo, e acharmos que podemos ter total controlo das coisas. O dom da Paz de Espírito surge quando aprendemos a viver no amor incondicional, e este, é um presente que devemos DAR-NOS e aos outros também. A Paz de Espírito beneficia toda a humanidade…

Sem Paz de Espírito estarás constantemente em guerra contigo mesmo, e com os outros…

Manténs-te só numa realidade só tua, e proteges-te do que os outros te poderiam fazer, e do que poderias fazer aos outros. E assim, ficas preso numa eterna luta contra alguma coisa que ainda não aconteceu.

Esta semana, dá a ti mesmo e aos outros o dom desta Paz.
Vê-te e aos outros como seres divinos, sente compaixão por ti mesmo e por aqueles que se cruzam no teu caminho.

Vive cada momento, e aprecia-o com o coração e a alma. Agradece cada passo no caminho, cada experiência vivida, e abre os olhos ao que te é colocado perante os pés.

Lembra-te que a escolha é sempre, sempre tua. Mas que não a farás agora, pois já a fizeste antes do tempo….

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Não importa o que fizeram de mim. O que importa é o que eu faço com o que fizeram de mim.


                                                                        Jean Paul Sartre
Se o nosso silêncio vencer as palavras, então será porque assim determinamos. Ambos sabemos, no entanto, que o que o coração cala, os olhos gritam. E por vezes…os lábios também. Num beijo mudo, que se prende num sentimento cheio. De nada….


Quantas vezes me apertaste contra o teu peito, de forma a que sentisse o teu coração bater, mesmo forte, contra o meu. Quantas vezes me rasgaste o olhar, com o teu, e as palavras não precisaram sair. Mesmo presas, eu ouvi-as. Mesmo calado, falaste muito alto. Quantas vezes ficamos assim, ali perdidos em carícias, cada um assaltado pelos seus pensamentos, pelos seus sentimentos.

Pegaste-me na mão. Levaste-me contigo….levaste o meu coração também. E hoje, ele ficou assim, preso num lugar pequenino e apertado. Onde não tem espaço para respirar. Onde a linha do horizonte se perdeu, e não há mais ‘diferença entre o que somos e o que gostaríamos de ser’. Éramos, e gostamos de ser um só. Éramos e gostamos de ser um apenas. Unidos. De mãos dadas, sempre sempre.

Quantas vezes fixamos o olhar. Esperando que o outro dissesse uma palavra. O teu, esse brilhava ao ver o meu sorriso, que tu dizias (??) ser só teu.

É apenas teu ainda, e será sempre. Nunca ninguém um dia terá, não a dar, mas receber, este meu jeito de te escapar do olhar. De fugir de ti quase como que uma miúda envergonhada.

Mas quando apertamos a mão um do outro, quando os nossos dedos se enlaçam, e me falas ao ouvido (baixinho), é quando o mundo pára. Eu ordeno que assim seja, e ele obedece-me. Pára para que esse momento permaneça assim, puro. Quantas vezes me obrigaste a fixar o teu olhar, e quantas vezes tentei fugir dele.


De onde vieste? Como chegaste a mim?

Teria tantas palavras para te dizer, desejo dizer-tas mas há algo que me impede. Procuro a razão bem dentro de mim e descubro que dentro de mim nada faz sentido, e que a razão não existe há muito. Pu-la de lado, e entreguei-te o coração. Razão?? Para quê? Se o coração grita muito mais alto…? De que me serve abafá-lo em pensamentos coerentes, racionais, mas que me deixam sentir fome. Que deixam o meu olhar perder o brilho, e me fazem baixar os braços…

De que me servem certezas de nada (porque nada é garantido) que mais tarde irei deitar fora..

Talvez a forma como examinamos as nossas vidas nos impeça de ver mais longe. E juntos, podemos ver tão longe ainda!!

Gostava tanto que o tempo parasse.

Que parássemos de nos atormentar.

Que a história avançasse. 

Sabes? Um dia vou segurar-te na mão de novo, sem a apertar com muita força, para que possas mover-te livremente, sempre livremente…e juntos, vamos divagar. Viajar no tempo e nas memórias. E assim, entregues aos nossos pensamentos, sem que as nossas mãos parem de acariciar-se, faremos promessas de amor.

Que ambos iremos quebrar.

Put your feet on the air and your head on the ground....


Mudaste-me. Tudo o que eu havia já aprendido foi posto em causa quando apareceste...
Viraste o meu mundo de pernas para o ar.
Sempre caracterizei o amor como algo de bom, que traz felicidade, ainda que por vezes aliada a alguma dôr.

As pessoas são parecidas, algumas mesmo muito iguais. Com caracteristicas que não as fazem sobressair, nem saltar mais à vista. Mas tu és diferente. Aos meus olhos que seja....


Quando te conheci, a lei da gravidade alterou todo o ciclo de uma vida. De um planeta.

O mundo já não gira à minha volta....

O mundo passou a girar à NOSSA volta. Porque o mundo éramos nós os dois.

Foste entrando de mansinho, quase que sem pedir licença. Mas não precisavas porque te abri as portas do meu coração e convidei-te a fazeres parte dele. Entraste assim, devagarinho....e eu...deixei. Porque te amo.

Sabes?? Hoje chove.....

....e nos meus olhos também.



                                                     I love you unconditionally.

domingo, 5 de setembro de 2010

Queria pensar, mas não no balancê do costume, terei feito bem, terei feito mal, o feito feito está, queria era pensar na vida, para que serve, para que servi eu nela, sim, cheguei a uma conclusão e julgo que não há outra, não sei como a vida é.....

José Saramago (A Jangada de Pedra)






"...a quem talvez não vejamos mais, ou talvez sim, porque a vida ri-se das previsões e põe palavras onde imaginamos silêncios, e súbitos regressos quando pensámos que não voltaríamos a encontrar-nos."




José Saramago -A Viagem do Elefante

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Levaram-me o brinquedo. Deixaram-me a certeza de que tudo durou o tempo necessário para se tornar inesquecível. E assim se vai, a cada dia, sobrepondo tijolos na torre de uma amizade feliz.




quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O dia mais belo: hoje
A coisa mais fácil: errar
O maior obstáculo: o medo
O maior erro: o abandono
A raiz de todos os males: o egoísmo
A distração mais bela: o trabalho
A pior derrota: o desânimo
Os melhores professores: as crianças
A primeira necessidade: comunicar-se
O que traz felicidade: ser útil aos demais
O pior defeito: o mau humor
A pessoa mais perigosa: a mentirosa
O pior sentimento: o rancor
O presente mais belo: o perdão
o mais imprescindível: o lar
A rota mais rápida: o caminho certo
A sensação mais agradável: a paz interior
A maior proteção efetiva: o sorriso
O maior remédio: o otimismo
A maior satisfação: o dever cumprido
A força mais potente do mundo: a fé
As pessoas mais necessárias: os pais
A mais bela de todas as coisas: O AMOR!!!

Madre Tereza de Calcutá

If one desires a change, one must be that change before that change can take place...

Como temos a mania de achar que somos seres perfeitos, e que nada temos a corrigir. Eu sou uma dessas pessoas, e hoje corrigi um erro muito grande....pedi perdão por tantas vezes em que agi mal. Pedi perdão de cabeça baixa, e não espero pancadinhas nas costas em retorno.
Hoje, desprovi-me de uma pinga de orgulho, de vaidade, enchi o peito de humildade, respirei fundo e deixei sair as palavras.

Fechei os olhos, dei-te a mão, e fiquei a ouvir o mar....o barulho das crianças a brincar na praia, sempre foi das coisas que mais prazer me deu. Aquele barulho que tantas vezes ouvimos juntos, enquanto eu sorria, e tu me afastavas os cabelos da face.

Falei muito pouco em todos os erros que cometi. Não importa mais porque são erros passados. O que importa é o dia de hoje, e hoje, eu pedi-te perdão.

Como vou sentir-me mais leve amanhã...! Muito mais leve.

Tirei aquele peso de cima que carregava há tempo demais. Que me fazia sofrer e me sufocava noites a fio. Que me tirava o sono, e não me deixava ser feliz.

Sorri-te uma ultima vez, pedi-te perdão, e nos meus sonhos dei-te aquele abraço que nunca te dei. Senti esse mesmo abraço, aquele que nunca me deste, apertado como se fosses mais forte do que eu. Mas não és. Somos iguais. Muito iguais. Tão iguais que nos perdoamos já.
A diferença entre nós é que eu te falei, e tu não.

Nisso somos muito diferentes.

Hoje vou deitar a cabeça na almofada, sonhar com o barulho das crianças lá fora (que não estão senão no meu pensamento) e ao largar aquele abraço demorado, vou tentar calmamente.....


......abrir os olhos.

É tão bom sonhar não é?
Mas não foi sonho. Foi realidade. Só o barulho das crianças, que é no fundo o que mais felicidade me traz, é que nunca existiu. Tudo o resto foi real.

Dentro de mim.

Tentamos tantas vezes na vida encontrar atalhos, caminhos mais curtos para um mesmo destino. Acabamos por perder mais tempo, mas por vezes o caminho mais longo é um bem necessário. Porque nesse longo caminho encontramos pessoas que nos mostram outros atalhos. Outros caminhos que julgavamos nem existir sequer.
Mas que existem.

A decisão de seguir um, ou outro caminho, essa é sempre nossa.

Quanto a mim, respeito todos os caminhos. Dou todo o tempo a quem dele precisar. E isto, é amor.


Hoje pedi perdão. E sinto-me em Paz por isso.




segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Que fácil é deixar tudo para "depois"....

Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...


Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,

E assim será possível; mas hoje não...

Não, hoje nada; hoje não posso.

A persistência confusa da minha subjectividade objectiva,

O sono da minha vida real, intercalado,

O cansaço antecipado e infinito,

Um cansaço de mundos para apanhar um eléctrico...

Esta espécie de alma...

Só depois de amanhã...

Hoje quero preparar-me,

Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte...

Ele é que é decisivo.

Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...

Amanhã é o dia dos planos.

Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;

Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...

Tenho vontade de chorar,

Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...



Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.

Só depois de amanhã...

Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana.

Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...

Depois de amanhã serei outro,

A minha vida triunfar-se-á,

Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático

Serão convocadas por um edital...

Mas por um edital de amanhã...

Hoje quero dormir, redigirei amanhã...

Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?

Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,

Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo...

Antes, não...

Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei. Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.

Só depois de amanhã...

Tenho sono como o frio de um cão vadio.

Tenho muito sono.

Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...

Sim, talvez só depois de amanhã...



O porvir...

Sim, o porvir...





Álvaro de Campos


....quando na verdade é o "agora" que estamos a viver.
Eu cá esfrego as mãos uma na outra, arregaço as mangas e meto pés ao caminho.
Parada eu?
Não...isso nunca.

sábado, 28 de agosto de 2010

The tough choice....

...Se me perguntassem há 1 ano atrás se estaria capaz daquilo que sou hoje, rir-me-ia à gargalhada. Hoje, rio de mim. E dou gargalhadas ao avaliar aquilo de que já sou capaz e consegui num espaço de tempo tão curto...

Mas também me rio de ti. Que num mesmo espaço de tempo não conseguiste nada. E quanto mais alto rio, mais seguidas caem as lágrimas. Não da alegria, mas de mágoa, por tu não seres capaz....

Por tu, ao fim de todo este tempo não seres ainda capaz de caminhar comigo de mão dada.

Por ao fim de todo este tempo, teres como únicas palavras a dizer-me 'eu não quero'. E eu?
Onde fica o que EU quero?

Tu ainda não sabes, mas vais saber brevemente o que é que EU quero.

O mundo, gira à minha volta....já te tinha dito?

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Os dias que passam depressa, são os dias que sonhamos que seriam longos....



Um sonho sonhado sozinho, não passa de um sonho. Um sonho sonhado a dois, pode passar a ser realidade.



"Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir.


Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida

e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades

para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E

esperança suficiente para fazê-la feliz."



Clarice Lispector

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Foi o tempo que "perdeste" com a tua rosa que a fez tão importante....


Quem sou eu agora? No que foi que me tornei?
E tu?

Até onde irias para me ver?
Quanto darias para me ter nos braços..?
Quanto pagarias para sentir os meus lábios?





Se um dia encontrares resposta a estas perguntas, então tudo será....perfeito.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Chegas de mansinho. Quase não fazes barulho. Entras nos meus sonhos e eles passam a ser teus. Roubas-mos...e levas-me muito além da imaginação dos mortais.

De mãos dadas, conseguimos seguir caminhos contra tudo, e contra todos. Mas precisamos manter as mãos dadas. Sempre, sempre.
De mãos dadas voamos pelas asas dos sonhos. Amamo-nos sem parar. De mãos dadas. Sempre.
De mãos dadas a nossa união em pleno chegará depressa. Mas há que manter as mãos dadas. Sempre...

Ficaremos de mãos dadas até à eternidade, se entre as mãos segurarmos os nossos corações. Bem apertadinhos. Se estiverem assim, sempre sempre bem seguros, não vão cair. Nem perder-se na escuridão.

Se mantivermos as mãos dadas, ninguém conseguirá separar-nos. Como ninguém consegue separar o sol e a lua. Porque sempre sempre andam de mãos dadas.
Cada um a seu tempo. Cada um no seu espaço. Mas sempre sempre, de mãos dadas e juntos.

Há sempre noite e dia. Tristeza e alegria.

Aproveitemos pois cada pedacinho de essência daquilo que somos, pois quanto mais aproveitarmos o que somos, mais verdadeiro é o amor que sentimos pelos outros.


Amo-te. E isso....basta. Mas sempre sempre de mãos dadas...



sexta-feira, 30 de julho de 2010

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.


Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos

Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.

(Enlacemos as mãos.)



Depois pensemos, crianças adultas, que a vida

Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,

Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,

Mais longe que os deuses.



Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.

Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.

Mais vale saber passar silenciosamente

E sem desassosegos grandes.



Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,

Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,

Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,

E sempre iria ter ao mar.



Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,

Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,

Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro

Ouvindo correr o rio e vendo-o.



Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as

No colo, e que o seu perfume suavize o momento —

Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,

Pagãos inocentes da decadência.



Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois

Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,

Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos

Nem fomos mais do que crianças.



E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,

Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.

Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim — à beira-rio,

Pagã triste e com flores no regaço.



Ricardo Reis, in "Odes"

Heterónimo de Fernando Pessoa
 
 

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Recomeçar; de novo

Parar.

Respirar fundo. Suster a respiração e lentamente permitir que o ar se liberte do nosso corpo. Esse mesmo ar, que há instantes invadia cada célula do nosso interior, espalha-se agora na atmosfera, no Universo, no planeta. É esse mesmo ar que pode 'contaminar' pensamentos puros, ou purificar pensamentos maliciosos. Tudo está na intenção que pomos nas coisas que fazemos.

Nada mais.

Respirar fundo, libertar o ar lentamente e voltar a inspirar, momento a momento, segundo a segundo, é o que nos faz viver, é o que faz com que cada momento conte. Com que cada olhar faça sentido; cada suspiro ao ouvido, cada gemido, cada apertar de mãos, cada gota de suor (...).

Respirar fundo, dar um passo atrás, e lentamente libertar o ar. Faze-lo vezes sem conta, tantas quanto necessário.
E depois seguir em frente. Sem sombras, sem medos, porque está tudo bem. Estamos bem. E estamos bem sempre que, ao invés de retermos esse ar, já viciado, dentro do nosso peito, ousemos libertá-lo, e permitir que se purifique. Que se regenere.

Respirar fundo, e lentamente deixar que a vida passe. Deixar que tudo corra conforme planeado (e assim acontece todos os dias) e não interferir com o rumo das coisas.

Respirar fundo, e deixar que, naturalmente a vida siga o seu curso normal. Que os olhares continuem a trocar-se. Não tapar os ouvidos aos suspiros, e apertar as mãos com força.

É que respirar fundo, e lentamente permitir que o ar se liberte, pode ser, pode muito bem ser, o encontro com a felicidade.

A minha. A tua.

A nossa felicidade.






quinta-feira, 22 de julho de 2010

Conversa de gajo

'Porque é que os homens querem sexo, e as mulheres precisam de amor'? - foi este livro que me ofereceram no Natal, e que, depois de rir à gargalhada em jantares de grupo, encostei. Estupidamente dediquei-me a leitura 'de qualidade', mas a qualidade estava aqui! A falta de qualidade esteve onde ficou a minha escolha. Ora que ha que ler livros com conteúdo literário, ou com escrita elaborada...Tretas. Há que ler aquilo que nos faz falta neste momento. Peguei no livro novamente e só o pouso quando devorar o final.

A maioria de nós foi educada na crença de encontrar 'o tal'- aquela pessoa especial com quem está escrito que passaremos a eternidade. Para a maioria das pessoas, no entanto, a vida real não se mostra à altura destas expectativas. A maioria das pessoas que se casa, acredita que o faz 'até que a morte os separe', mas as taxas de divórcio falam por si. Duvidas?
A incapacidade de fazer um relacionamento funcionar é encarada com uma falha pessoal pela maioria das pessoas, mas o conflito nos relacionamentos é o que constitui a norma.

A conclusão a que chego, quando observo os relacionamentos de hoje: sejam namorados, casados, amigos coloridos, e afins, é que há por aí uma grande falta de amor. Perderam-se valores ao longo dos anos, e o valor merecido pelo conceito da familia, da união, da cumplicidade, dos olhares que se trocam e dispensam palavras (tal como um Pai quando arregala os olhos e o filho fica estático), andar de mão dada na rua, os abraços apaixonados, os beijos loucos e fervorosos a toda a hora e momento, perdeu-se. Perdeu-se tudo.

Existem 3 estímulos cerebrais distintos com vista ao 'acasalamento e reprodução': o desejo carnal; o amor apaixonado; e o compromisso duradouro.
Se pensarmos, e é assim mesmo, que acada um destes sistemas está associado a distintas actividades hormonais, fica tudo muito mais facil. Porquê nós, mulheres, pediríamos de um homem aquilo que ele não tem capacidade de nos dar...? É uma questão hormonal. Tal como o desenvolvimento da inteligência humana. É ridiculo, e todos sabemos disso, pedir a uma criança de meses que escreva o seu nome. Tal como é absurdo pedir a um gajo, que mantenha as calças para cima, e as cuecas vestidas. Lá está: hormonas....não dá para muito mais do que isto. São básicos, e limitados. Ponto.

Limitadas são as mulheres que, igualmente, confiam no 'até que a morte nos separe' e passam uma vida miseravel entre a cozinha e o ferro a tratar do bem estar destas perfeitas aberrações da natureza (mas que conseguem levar-nos à lua...confesso)

Está mais do que comprovado que o amor é o resultado de um grupo especifico de substâncias quimicas e circuitos cerebrais que operam em determinadas áreas do cerebro (esta área não existe no cérebro masculino, eu diria...)

Em termos cientificos para 'leigos' (como eu) pode simplificar-se a coisa dizendo que o amor é desencadeado por uma combinação de substâncias quimicas presentes no cerebro (a dopamina, a oxitocina, a famosa testosterona...raios os partam...entre outras). Estas susbstâncias quimicas também existem no cerebro de todos os outros animais mamíferos, por isso, nada de vangloriar os homens e dizer que são uns ricos filhinhos porque nos fazem muito bem o jantar e/ou nos dão orgasmos multiplos e interminaveis. É o que eles sabem, fazer...ponto.

Ao pensarmos que é o nosso cerebro (e não o coração, isto, quando falamos dos gajos) que identifica o sentimento, tudo muda de patamar. As mulheres param de sofrer, e os gajos (estupores dos gajos) param de manter aquela pose do 'quero posso e mando' que não serve para nada mais do que nos dar cabo da vida (e da cama...com toda a delicia que isso acarreta...)

Uma das razões (lógicas) pelas quais o amor parece fazer-nos parar o coração, é a possibilidade e o temor de que o sentimento possa não ser recíproco, e o sonho possa subitamente chegar ao fim. Quando somos abandonados, o nosso cerebro (e não o nosso coração) quer ir atrás do nosso ex companheiro/a. Isto acontece porque quando revemos os nossos ex apaixonados, o nosso cerebro desencadeia a produção de dopamina, que não é nada mais do que a mesma hormona que está associada ao prazer e à dependência. Isto falando claramente, quer dizer que, não voltamos atrás por causa do amor mas sim da dependência que temos da pessoa, como se de uma droga. Por isso, quando nos acontecer uma destas desgraças, o meu conselho às amigas será o de arrancar os cabelos, e depois pedir nas urgências o antídoto para este (quase) veneno.

O amor é diferente...porque no amor a depêndência não passa por aqui. Passa por outros lados. Se revirmos um ex amigo, já não existe a produção dessa hormona e a terra continua a girar para o mesmo lado. É do conhecimento geral, todos nós sabemos, que a ruptura de uma relação pode desencadear várias doenças, principalmente do foro psicológico (gajos pá....)

O que dizem os médicos, é que 'normalmente' é preciso cerca de 1 mês por cada ano de relacionamento para a total recuperação. Ora como os casamentos de hoje duram o que duram, a coisa em meia duzia de meses fica resolvida. É basicamente uma desintoxicação. Simples. Muito simples. Já em casamentos que duraram 40 ou 50 anos, se um se vai, é muito frequente que o outro não dure muito depois disso, porque não tem de vida um mês por cada ano de relacionamento, e aí a coisa é mais complicada. Mas hoje em dia isso não se vê. Vou publicar já a seguir um texto que elogia o amor com uma grande categoria. É já a seguir.

Resumindo...em termos simples, o impulso sexual é uma mistura de substâncias quimicas que são libertadas para o sangue pelo cerebro, e estimula a produção das ditas hormonas, nomeadamente a testosterona e o estrogéneo. Obviamente que a circunstância do momento são factores determinantes para que a 'reacção quimica' se dê...uma canção, o cheiro de um perfume, ou vermos uma pessoa parecida podem desencadear a libertação destas hormonas no sangue. É só isto. Mais nada.

Diz também a ciência que todos os ideiais românticos, os sentimentos amorosos e altos e baixos por que podemos passar estão quimicamente ligados e não constituem (diz a ciência, eu ainda prefiro acreditar no contrário...) o encontro mistico e misterioso de almas em que todos gostaríamos de encontrar...(uma pena...)

Pior: Não compreender que o amor é uma sequência de reacções quimicas pode deixar-nos expostos ao primeiro predador que nos apareça....(ooops)

O amor, o desejo carnal, a paixão e o desejo sexual, são tudo respostas a reacções desencadeadas no nosso cerebro (o meu funciona de forma diferente, foi 'alterado'...)

Quando aprendemos que as nossas pulsões e sentimentos, são controlados por respostas quimicas que têm lugar no cerebro, podemos aprender a trabalhar com eles, em vez de os combater.

O amor é outra história. Também se sabe que as pessoas que amam e são amadas, vivem mais tempo, e são mais saudaveis. E se a quimica não funcionar à primeira, ou à segunda, ou à décima, o importante é nunca desistir, porque há uma quantidade infinita de pessoas ideais e perfeitas.

É por estas e outras, que este texto, que foi já motivo de post do dia em blogs anteriores, hi5's e afins, foi o que escolhi para brindar o meu post de hoje. Porque realmente há coisas que me ultrapassam, não entendo onde ficaram os valores que realmente têm valor, ou seja, mais concretamente, o amor...!

Espero que gostem tanto quanto eu.

"Elogio ao amor" -Miguel Esteves Cardoso


Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.


O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.




Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.





Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?




O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.


O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
 
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado,viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
 
Posto isto, nada a acrescentar. É tal e qual o que penso. Tal e qual (mesmo).