quinta-feira, 15 de julho de 2010

Dia 13 (15...a continuação/evolução)

Sequei muitas vezes as tuas lágrimas. Descansaste a cabeça muitas vezes no meu ventre. Tocaste-me como ninguém. E eu dei de volta. Toquei como A ninguém havia tocado antes. No corpo. No coração. Na alma…

Hoje apanho os cacos do que tu quebraste durante a tua partida. Tento colar os pedacinhos todos, mas faltam alguns, quebraste-os demais, e já não encaixam…

Amei-te como uma Mãe ama o seu filho. Ouvi os teus suspiros e a tua respiração acelerada dias a fio, quando pousavas a cabeça no meu ventre…apertei-te bem as mãos, e ainda assim, não apertei suficientemente bem. Porque quando olhei as minhas mãos, os teus dedos haviam já partido. Como se fossem feitos de areia. Como se tudo o que vivemos tivesse acontecido dentro de um castelo. Também ele feito de areia. Mas neste castelo, há príncipes e princesas. Porque foi assim que imaginei as coisas. Pintei um quadro, e tu, ajudaste-me a colori-lo de coisas bonitas, de aromas de sonho, e cores que só nós conhecemos. Que nós inventamos.

Neste castelo, eu sou a tua princesa, e tu, o meu príncipe. Sou a tua menina e tu, o meu rapaz…E quando unimos as mãos somos um só. Num castelo, onde não vive mais ninguém. Que mais ninguém conhece. Um castelo que não vem nos mapas e não faz parte da história Universal. Nem das histórias que estão por ser escritas ainda. Nem das bolas do mundo que os velhos livros ilustram.

Sequei muitas vezes as tuas lágrimas. Disse-te vezes sem conta que não temesses, porque vai ficar tudo bem. Está tudo bem. E estará sempre.

Porque eu estarei sempre contigo, de dia e de noite. Estejas tu em que parte do castelo estiveres. Por muitas portas que se mantenham fechadas, eu saberei sempre onde te encontrar, e nunca ficarás só. E mesmo quando o castelo em que te refugias, estiver prestes a tombar, reunirei todas as minhas forças, todas as pedras e rochas do Universo, e farei um circulo em torno dele, para que nunca, nunca caias no chão. E quando de novo te ergueres, forte como a maré em noite de tempestade, então abrirei os meus braços, e, por mais que chova, ficarei ali, a ver-te caminhar. Em frente. Com a certeza de que é em frente que deves seguir. Mas tens que ter a certeza, porque não poderás mais voltar atrás. No momento em que virares as costas a este castelo, ele vai desaparecer, e, como não aparece em registo nenhum que se conheça, jamais poderás encontrá-lo.







Só nessa altura. Não antes.

E mesmo que olhes para trás, e me procures, não vais ver-me. Porque eu vivo dentro da tua alma. Eu sou a criança que nunca deixaste de ser. A criança que nunca cresceu. E que vive dentro de ti. Sou o esplendor da tua luz, o que te faz brilhar tanto. E sempre que sorrires e alguém te sorrir de volta, lembra-te do que te disse sempre: o mais importante é SORRIR, e o Universo responder-te-á da mesma forma.



Um sorriso vale mais do que mil palavras (e as lágrimas também).

Sempre te sorri muito, porque recebia sorrisos de volta, e eles fazem-me cócegas na alma, e eu rio mais ainda. Mas quando me viste chorar, e perguntaste porquê e não te disse…foi porque sabia que o nosso castelo de areia ia cair. Porque te senti fugir por entre os dedos e tive medo…

Um medo tonto, porque não há distância que separe duas almas que não podem ser separadas. E tu sabes bem disso. Se queremos estar num lugar, já lá estamos. Se queremos estar com uma pessoa, ela está do nosso lado. Para isso, basta querer com o coração. A distância entre os homens, as pessoas, somos nós que a cavamos. E a que existe entre nós os dois, eu e tu, é como o tamanho de uma pequena ilha, num mapa do mundo. Não há distância entre nós, porque as nossas almas se selaram. Num beijo. Em vários beijos…

Nada acontece por acaso. Ninguém se conhece por acaso. E há uma 6ª feira todas as semanas. E há um dia 15 todos os meses. Há dia sempre depois de cada noite. E há um sorriso, sempre a rematar uma mágoa que ficou. Mas não ficou…porque não é mágoa. É amor.

Quando voltares a erguer-te meu amor, do meio da tempestade e decidires caminhar, levanta bem o rosto, e pergunta ao sol o caminho a seguir. Ele não vai falhar-te, como não me falha a mim também. A mim faz-me arder os olhos, e o esforço para aguentar a sua luz, é imenso. Quase tanto quanto o esforço para deixar de te querer a toda a hora (…). Faz-me cair lágrimas, quase tantas lágrimas quantas as que deixo cair desde a tua partida..

Pede ao céu, ao fundo do mar e aos anjos, que te tragam certezas. Não de que és perfeito nas escolhas, porque isso seria ambicionar o intangível. Mas pede aos céus, ao sol, e ao fundo do mar, e aos anjos, que te tragam a sabedoria dos Deuses. Para que possas sempre estender a mão, aquele que te pedir ajuda, ou perdão…e isso deverá bastar-te. Porque é isso o que enche o coração dos homens como tu.



Sem certezas, não devemos caminhar. Ficar no mesmo lugar, parar, também faz parte da aprendizagem. Não seguir para a esquerda ou para a direita, também faz parte da evolução. Quantas vezes é necessário um passo atrás, para seguir em frente...quantas meu amor...

Pois nada acontece por acaso. Muito menos às 6ªs feiras.

E nessas noites de tempestade, em que caminharás em frente e sem medos, vai finalmente parar de chover.

Mas hoje chove. E nos meus olhos, também.





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